Senado do Texas aprova novo mapa eleitoral que favorece os republicanos
Nova proposta de redistritamento pode garantir cinco assentos adicionais aos republicanos no Congresso, sendo altamente contestada pelos democratas por violar direitos de voto.
OMGNews24
23/08/2025

O Senado do Texas aprovou esta semana uma nova proposta de redistritamento dos círculos congressuais que, segundo analistas, poderá garantir ao Partido Republicano pelo menos cinco assentos adicionais no Congresso norte-americano. A medida, altamente contestada pelos democratas, segue agora para o governador Greg Abbott, que deverá sancioná-la rapidamente, reforçando a influência republicana nas eleições intercalares de 2026, conforme relatado pela AP News, The Guardian e Washington Post.
Alterações profundas no mapa eleitoral
O plano republicano redesenha vários distritos urbanos tradicionalmente favoráveis aos democratas, como Austin, Houston e Dallas–Fort Worth, e modifica ainda zonas de maioria latina no sul do estado. Na prática, estas alterações visam consolidar o domínio republicano em áreas suburbanas e rurais, ao mesmo tempo que enfraquecem a representação das minorias raciais e de eleitores urbanos.
Especialistas em direito eleitoral consideram que o novo desenho é um exemplo clássico de gerrymandering partidário, prática em que os limites dos distritos são manipulados de forma a favorecer um partido político em detrimento da representatividade real da população, segundo The Guardian.
Democratas denunciam ataque à democracia
Durante o processo legislativo, os democratas tentaram atrasar a votação através de obstruções parlamentares e filibuster, com destaque para a senadora Carol Alvarado, que discursou por mais de 15 horas seguidas em protesto. Contudo, a maioria republicana conseguiu avançar com a proposta.
Líderes democratas denunciaram que o mapa aprovado viola a Lei dos Direitos de Voto (Voting Rights Act), ao diluir a força eleitoral das comunidades afro-americanas e hispânicas. O congressista democrata Joaquin Castro afirmou:
"Este é um ataque directo à representatividade das minorias. O Partido Republicano do Texas está a tentar escolher os eleitores, em vez de permitir que os eleitores escolham os seus representantes."
Repercussões nacionais
O impacto da decisão ultrapassa as fronteiras texanas. A nível nacional, este novo mapa poderá ter consequências diretas na composição da Câmara dos Representantes em Washington, fortalecendo a influência republicana e o bloco conservador aliado ao ex-presidente Donald Trump.
Em resposta, legisladores democratas da Califórnia já anunciaram planos para redesenhar os seus próprios distritos, num esforço para contrabalançar os ganhos republicanos. Esse contra-ataque deverá ser sujeito a um referendo estadual em novembro, evidenciando como a luta pelo controlo político através do redistritamento se tornou uma batalha nacional, de acordo com The Guardian.
Disputa judicial iminente
Várias ações judiciais foram já apresentadas contra o novo mapa, argumentando que este constitui discriminação racial e manipulação partidária. Organizações de defesa dos direitos civis, como a NAACP Legal Defense Fund e a League of United Latin American Citizens (LULAC), preparam processos para travar a entrada em vigor da lei.
O caso deverá ser analisado por um painel federal de três juízes, podendo seguir posteriormente para o Supremo Tribunal dos EUA, que nos últimos anos tem tomado posições favoráveis a práticas de redistritamento partidário, aumentando a incerteza quanto ao desfecho final, conforme Reuters.
Um velho debate com novas implicações
A disputa em torno do redistritamento no Texas reflete uma tendência mais ampla nos Estados Unidos, onde o controlo político das fronteiras eleitorais se tornou uma das ferramentas mais poderosas para consolidar maiorias. A prática do gerrymandering, ainda que amplamente criticada, permanece legal em muitos estados devido à ausência de uma norma federal clara que a proíba.
Para os democratas, o novo mapa texano representa um passo atrás na luta pela igualdade de voto. Já os republicanos defendem que o plano é constitucional e necessário para assegurar uma representação "mais justa e equilibrada".
Enquanto isso, a expectativa é que os tribunais tenham a palavra final antes das próximas eleições.
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