Economia

"Novo" avião da LAM regista avarias em três dias consecutivos: crise operacional expõe fragilidades da transportadora nacional

Mais recente aeronave integrada na frota das Linhas Aéreas de Moçambique apresenta falhas técnicas consecutivas, provocando atrasos e aumentando apreensão sobre fiabilidade da companhia que já opera com apenas três aviões funcionais.

Autor
OMGNews24
Publicado
24/08/2025
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"Novo" avião da LAM regista avarias em três dias consecutivos: crise operacional expõe fragilidades da transportadora nacional

O mais recente avião integrado na frota das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) transformou-se num pesadelo operacional ao apresentar falhas técnicas durante três dias consecutivos, provocando atrasos significativos na programação de voos e intensificando preocupações sobre a fiabilidade da companhia nacional. O incidente mais grave ocorreu durante a madrugada no aeroporto de Tete, onde a aeronave ficou retida por mais de uma hora devido a falhas no sistema VOR (navegação por rádio) seguidas de problemas com o equipamento de aterragem, conforme relatado por testemunhos de passageiros e colaboradores nas redes sociais e reportado pelos Notícias ao Minuto.

Esta sequência de avarias expõe dramaticamente as fragilidades estruturais da transportadora nacional, que enfrenta uma crise operacional sem precedentes. Em abril de 2025, a LAM viu-se reduzida a operar com apenas três aeronaves após a descontinuação das CRJ 900, forçando ajustes frequentes nos horários com cancelamentos e deslocamentos de voos que geraram críticas públicas generalizadas sobre a capacidade operacional da companhia, conforme documentado pela Wikipedia e reportado pelo O País.

A situação degradou-se ainda mais com um episódio no mesmo mês, quando uma aeronave colidiu com aves momentos antes da descolagem, obrigando ao cancelamento de voo doméstico na rota Maputo-Quelimane, evidenciando protocolos de manutenção fragilizados. Este incidente, amplamente reportado pela 360 Moçambique e Diário Económico, ilustra a vulnerabilidade operacional que assombra a companhia nacional.

Ironicamente, estas avarias consecutivas afetam o Bombardier Q400 recentemente incorporado na frota em agosto de 2025 - o primeiro avião adicionado desde 2007. Esta aeronave, com capacidade para 74 passageiros e financiada por injeção de capital de três empresas públicas acionistas, representava esperança de atenuar a fragilidade operacional, mas os problemas técnicos imediatos questionam a eficácia desta solução, conforme a 360 Moçambique.

As ocorrências recentes evidenciam desafios estruturais críticos da transportadora nacional. A frequência e gravidade das avarias levantam questões sérias sobre protocolos de manutenção preventiva e adequação da frota reduzida. A limitação drástica na disponibilidade de aparelhos não apenas ameaça a confiança dos passageiros, mas compromete fundamentalmente a reputação da LAM como operadora segura e fiável no mercado de aviação regional.

A introdução do Q400, embora positiva em teoria, revela-se insuficiente face aos problemas sistémicos. O impacto pleno desta adição dependerá criticamente da capacidade da companhia em implementar melhorias substanciais na manutenção e gestão de operações aéreas. Sem reformas estruturais profundas nos protocolos operacionais e investimentos significativos em manutenção preventiva, a LAM arriscará perpetuar este ciclo de avarias que compromete não apenas a sua viabilidade comercial, mas também a conectividade aérea essencial para o desenvolvimento económico de Moçambique.

A sequência de falhas técnicas em aeronave supostamente nova expõe vulnerabilidades que transcendem problemas mecânicos isolados, revelando deficiências sistémicas que exigem intervenção urgente e abrangente para restaurar a credibilidade da transportadora nacional.

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